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Premio à Juventude Rural Inovadora na América Latina e no Caribe
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Grupo de Coletores de Sementes do Cerrado (Brasil)

Coletando sementes e plantando boas práticas no Cerrado Brasileiro

 A semeadura no estado de Minas Gerais, Brasil, e, mais especificamente no norte do Alto Rio Pardo, é uma atividade tradicional que responde a uma necessidade básica. “Tudo aqui precisa de água”, disse Fabrícia, jovem agricultora de Montezuma, município que fica em uma área de transição entre os biomas Cerrado e Caatinga.

Além da urgência de preservar o bioma e conservar a água, as 120 comunidades tradicionais da região também sofrem com ameaças de expropriação de suas terras. Testemunha dessa situação, o Pequizeiro Montezuma, árvore de mais de 500 anos cujo tamanho é medido com o abraço de três pessoas, se sita no meio de uma área devastada pelo desmatamento. Em 2014, diante do risco de perder sua terra e seu ecossistema, os habitantes do Alto Rio Pardo conseguiram se mobilizar e criar uma reserva de desenvolvimento sustentável de 38.000 hectares, que agora está se tornando um modelo de boas práticas.

Desde 2017, preocupados com a degradação da reserva, que é estimada em 20%, os habitantes da região se organizam para recuperar seu bioma com atividades de coleta, semeadura e até venda de sementes em uma escala nunca antes vista no Brasil. As atividades são realizadas coletivamente com a participação de 33 comunidades tradicionais denominadas “geraizeiros” e principalmente com jovens e idosos que trocam conhecimentos e recebem treinamento relacionado às técnicas de restauração em suas terras.

Valdomiro Ferreira Brito (à esquerda) e Bruno Sousa Brito (à direita) fazendo a coleta de sementes no Cerrado

Os resultados são surpreendentes. “O uso adequado desse território é hoje uma grande conquista”, disse Nondas, engenheiro florestal e promotor do grupo de jovens coletores de sementes do Cerrado: mais de dez mil hectares já estão mapeados, o que contribui para a organização e monitoramento mensal de restauração. O grupo também possui quatro unidades demonstrativas de reflorestamento que foram plantadas pelas comunidades e servem como “vitrine” ou modelo para a disseminação do conhecimento, levando em consideração o tipo de solo e as condições do semiárido.

Fabrícia, em um workshop de mapeamento da reserva

Ao longo do ano, jovens e idosos aprendem a coletar sementes, conservá-las e usá-las adequadamente, para garantir o plantio e a germinação bem-sucedidos na estação chuvosa, quando todos se reúnem para o plantio. As sementes coletadas são de árvores semiáridas típicas como capim, jatobá, lobeira ou pequi e são plantadas na área de reserva mais adequada, dependendo de suas características. Depois de reflorestadas, o grupo continua a enriquecer as áreas restauradas com árvores frutíferas ou ervas medicinais, entre outras. Essas medidas visam treinar e capacitar as novas gerações e promover alternativas locais de emprego para combater o êxodo rural. A participação das mulheres é essencial nas atividades em grupo: anteriormente mais focadas no processo de coleta, elas participam hoje de todas as áreas de trabalho e são inclusive maioria.

Além da importância da recuperação do bioma, as atividades do grupo de colecionadores trazem muita alegria e união entre as comunidades: “Não há como ficar triste quando você colhe sementes”, disse Fabrícia, mencionando inclusive que um compositor da região compõe músicas sobre os trabalhos de restauração que estão realizando. As atividades do grupo também geram renda e qualidade de vida, embora seja claro para a Nondas que “a renda que eles obtêm com a venda de sementes deve ser um meio, não um fim. O fim deve ser a recuperação do ecossistema, da água, da vida e dignidade das pessoas”.

Hoje, Fabricia e Nondas sonham em restaurar seu Cerrado, mas também em compartilhar seus conhecimentos através da criação de um centro de referência que serviria como um espaço para “aprender fazendo”. Um espaço para informações sobre conservação que incluiria atividades de coleta e plantio de sementes, mas também para a recuperação de conhecimentos sobre artesanato e culinária locais que poderiam até integrar formas de ecoturismo. Diante da crescente degradação das florestas e áreas naturais do nosso planeta, o grupo de coletores de sementes do Cerrado está tendo a coragem de ir contra a corrente, procurando maneiras de acelerar a restauração de suas terras e reverter o processo de degradação. Muitos falam da importância de realizar tais ações. Esses jovens não falam apenas. Eles atuam.

Deseja saber mais sobre o grupo de coletores de sementes do Cerrado? Acesse sua página do Instagram.

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O Prêmio Juventude Rural Inovadora na América Latina e no Caribe é uma iniciativa do FIDA.

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